23 de mai. de 2012

Perfil Sensorial


Existem inúmeros relatos de clínicos, pais e pessoas com autismo que referem a manifestação de comportamentos atípicos por parte das crianças autistas quando contactam com estímulos visuais, sons, cheiros ou texturas aparentemente inócuos, seja uma atenção invulgarmente intensa a determinadas sensações, ou uma ansiedade desconcertante que despoleta uma birra, como um alheamento completo ao que as rodeia. Estudos realizados concluíram que as crianças com autismo costumam funcionar em limiares neurológicos extremos, ou seja, são hipo e/ou hiper-reactivas aos estímulos.

Sendo assim, as crianças com autismo podem ser agudamente sensíveis a sons (ex. tapar os ouvidos ao ouvir um cão latir ou o barulho de um aspirador de pó). Outras podem parecer ausentes perante ruídos fortes ou pessoas que as chamam, mas ficam fascinadas pelo som de um papel a ser amarrotado. Luzes brilhantes podem causar stress, ainda que algumas crianças sejam fascinadas pela estimulação luminosa (ex. mover um objecto para a frente e para trás em frente dos seus olhos). Muitas crianças são fascinadas por certos estímulos sensoriais, tais como objectos que giram, enquanto algumas têm prazer com sensações vestibulares, como rodopiar, realizando esta acção sem, aparentemente, ficarem tontas.

Estas reações extremas ao estímulos sensoriais estão intimamente relacionadas com os limiares neurológicos  (também chamados de limiares de estimulação, pois determina a quantidade de informação sensitiva necessária para que o sistema nervoso do indivíduo detecte e processe o estímulo) e podem ser uma forma das crianças se auto-regularem.

Com base nos seus estudos sobre o modo como as pessoas processam a variedade de sensações a que estão continuamente expostas, Winnie Dunn construiu um modelo explicativo do processamento sensorial que descreve a interacção entre a neurociência e o comportamento das pessoas. Além de podermos compreender melhor as desordens sensoriais das crianças com autismo, este modelo também fornece directrizes para a intervenção de acordo com os padrões sensoriais dominantes na pessoa. O autismo está associado a um padrão sensorial de Procura e de Hipersensibilidade. Vejamos:

Quando os limiares de uma criança são mais elevados do que o normal, o sistema nervoso exige estímulos sensorias mais intensos para provocar uma reação - hiporrsponsividade. Isto pode explicar o fato de que muitas crianças com autismo não sentirem dor quando se ferem ou gostarem de serem pressionadas em algumas áreas do corpo, pois sentem a necessidade de se auto-estimularem.
 
Por outro lado, quando os limiares são mais baixos do que o normal, a criança precisa de menos input sensorial para registar a resposta – hiper-reactividade. Sendo assim, muitas crianças com autismo não toleram o toque (defesa táctil) ou ficam fascinadas com o “tique-taque” de um relógio de pulso, pois são muito sensíveis a estímulos tácteis e auditivos.

Frequentemente, as crianças com autismo oscilam entre a procura de sensações e a hipersensibilidade às mesmas.

Através do questionário para pais Sensory Profile os técnicos podem tirar conclusões sobre o padrão de processamento sensorial da criança, e com base nesse conhecimento criar estratégias que respondam às necessidades sensoriais da criança e evitem os comportamentos disruptivos, o que promove a aprendizagem e uma melhor percepção do que se passa em seu redor.

Fonte: http://souautistaesoucapaz.blogspot.com.br/search/label/Perfil%20Sensorial

21 de mai. de 2012

Construindo um ambiente para BRINCAR



Ao trabalhar com crianças que exibem problemas nas áreas emocional e de comportamento, outros fatores precisam ser incluídos no desenvolvimento de um ambiente terapêutico. A seguir são apresentadas sugestões para a construção de um ambiente lúdico para crianças que exibem problemas emocionais e de comportamento no período da segunda infância (de 6 à 12 anos).

1. O ambiente lúdico deve ter vários parceiros. O terapeuta pode começar por uma situação individual, mas assim que possível, um parceiro deve ser incluído. Os parceiros e grupos são dominantes durante a segunda infância e é nessa arena que as crianças portadoras de problemas emocionais frequentemente sentem mais dificuldades. Além de dividir os materiais e equipamentos, elas também precisam compartilhar o espaço e a atenção dos outros, e é dentro de um grupo pequeno que isso pode ser aprendido e praticado.

2. Os programas devem ser conduzidos dentro de modelos naturais de atividade infantil, nos quais as artes e os jogos sejam enfatizados. O Terapeuta Ocupacional precisa examinar o processo na atividade e não ficar preso no produto do jogo ou da arte. As artes e os jogos devem ser vistos em três principais dimensões, para que sua dificuldade possa ser rapidamente intensificada ou reduzida, de acordo com o nível das crianças do grupo. As dimensões das complexidades cognitiva, motora e social de uma atividade precisam ser consideradas em separado com esta população. Complexidade Cognitiva significa uma mistura de processos de resolução de problemas que envolvem etapas de controle e domínio das capacidades necessárias dentro de cada etapa. As atividades devem ser examinadas a partir do número de etapas que exigem, sequencia e complexidade das etapas e do montante de paciência e persistência exigidas na solução do problema. Paciência e persistência são capacidades de controle que as crianças estão aprendendo a desenvolver. Elas costumam ser muito críticas quanto ao seu próprio trabalho e ficam frustradas quando ele não se parece como o modelo. As crianças, durante este período, estão começando a construir projetos e precisam ser encorajadas e persuadidas a seguir as etapas até o fim. Em termos de complexidade motora, uma atividade deve ser examinada em relação à intensidade do controle motor fino ou motor visual exigida e se a criança tem ou não capacidades suficientes nesta área. Além dos problemas nos campos social e emocional, as crianças podem apresentar déficits na integração motora visual, identificados na avaliação ao longo dos anos. Os distúrbios de aprendizagem são proeminentes em algumas disfunções psiquiátricas da infância (Lewis, 1991). Complexidade social significa as oportunidades que a situação oferece para a divisão e a cooperação no uso dos materiais, espaço e atenção e interação com os adversários e adultos. Em geral, é na complexidade social de uma situação que as crianças portadoras de problemas emocionais têm mais dificuldades. Por este motivo, os terapeutas podem simplificar os componentes motores e cognitivos, ou torná-los menos complexos, para que as características sociais da situação possam ser aprendidas e enfatizadas. Por exemplo, as crianças sempre cooperam e conversam umas com as outras com mais frequência quando estão engajadas em atividades repetitivas simples, como enfileirar contas de tamanho médio, porque controlam as demandas da tarefa com mais facilidade. É importante o terapeuta ocupacional conhecer os diferentes processos que uma atividade exige, afim de que os objetivos sociais que estejam almejando possam ser direcionados.

3. O tratamento deve ser embutido nas atividades infantis naturais deste estágio. Isso inclui a ênfase nos clubes, escotismo ou em pequenos grupos que tenham uma identidade distinta. As crianças desta idade procuram “pertencer”, ou fazer parte de algo, e os grupos organizados como o escotismo ou clubes organizados informalmente servem para esta necessidade.

4. As regras são o principal enfoque na segunda infância e devem ser estabelecidas para cada sessão de tratamento ou grupo. As regras de segurança e normais gerais de procedimento devem ser estabelecidas pelo terapeuta e as consequências da obediência ou violação precisam ser conhecidas pelas crianças. Estas regras têm a ver com as expectativas de comportamento do terapeuta sobre a forma que o grupo ou sessão deve proceder. Elas podem incluir coisas como sentar à mesa ao entrar na sala, ou não tocar os materiais até que sejam sugeridos, ou fazer revezamentos. As crianças também devem ter a oportunidade de construir regras e o terapeuta pode sugerir áreas como justiça, ouvir e falar gentilmente com os outros. “As mãos não podem ficar inquietas” e “os pés têm que ficar no chão” são exemplos de regras que as crianças construíram para lidar com o respeito ao espaço pessoal alheio. A obediência às regras podem ser promovida por frases verbais ou símbolos concretos para os esforços positivos, como premiação com adesivos. As crianças portadoras de problemas de comportamento e emocionais frequentemente têm dificuldades em identificar quando fizeram alguma coisa “certa” e uma recompensa concreta de um adesivo sempre serve para este objetivo. O terapeuta ocupacional precisa estabelecer um sistema de organização para o grupo. Isso deve incluir os comportamentos que constituem violação de regras e as consequências da violação.

5. Os materiais e o espaço precisam ser estabelecidos antes da reunião do grupo. Isto é particularmente essencial no trabalho com grupo de crianças que têm dificuldades em concentrar-se e desempenhar atividades. Esta sugestão é simples e direta. Se o terapeuta está despreparado e começa a coletar os acessórios necessários para a atividade depois das crianças terem chegado, uma das crianças ou um grupo pode perder a concentração e necessita-se mais tempo no restabelecimento da atenção dos membros do que na atividade planejada.

Estas sugestões formam alguns parâmetros para o estabelecimento de uma “estrutura” durante o trabalho com as crianças que exibem problemas no controle do comportamento. “Estrutura” é o termo usado no acervo da terapia para descrever os processos sociais que afetam os pacientes, do ponto de vista terapêutico. Ele refere-se à organização do tempo, espaço e atividade (Gibson e Richert, 1993). Este processo não é especificamente definido. Os terapeutas ocupacionais e os profissionais de outras disciplinas, que trabalhem com a psiquiatria, dão os créditos à estrutura do ambiente quando tudo vai bem e referem-se à suas falhas ou ausência quando os pacientes estão desatentos e descontrolados. No trabalho com as crianças, a estrutura tem a ver com a captura da atenção e do interesse, e do direcionamento da atividade para o nível de capacidade dos membros do grupo. Esta estruturação é desempenhada dentro de um ambiente que tenha limites temporais e espaciais definidos, no qual os códigos da conduta comportamental sejam explícitos.

Fonte: A recreação na terapia ocupacional pediátrica (Parhan)

Guia de Treinamento para o Cuidado com os Dentes



PARA AS FAMÍLIAS - Introdução em casa

Saúde oral é um componente muito importante da vida cotidiana saudável. Mas para algumas crianças autistas, hábitos de saúde oral pode ser um desafio. Nossa esperança é que este guia forneça informações para ajudar as famílias a começarem uma vida de boa higiene oral.

Para começar, você e seu filho devem escolher a escova de dente certa. Existem muitos tipos, estilos e cores disponíveis. É importante que a escova seja do tamanho certo para a boca do seu filho e que tenha cerdas macias.

Algumas crianças autistas podem apresentar dificuldade em escovar os dentes. A sensação inicial pode ser desconfortável e a criança pode precisar ser desensibilizada. Você pode iniciar usando a escova de dente para tocar os lábios ou apenas o interior da boca do seu filho.

Você também poderá ensinar seu filho a "abrir completamente." Para melhor entendimento, mostrar para seu filho como você escova os próprios dentes também pode ser útil.

ESCOVAÇÃO E USO DO FIO DENTAL

Escovando os dentes do seu filho

 Fique atrás do seu filho com a cabeça dele em seu peito.

 Coloque uma quantidade do tamanho de uma ervilha de pasta de ente no meio da escova.

 Guie a escova como se você fosse escovar os próprios dentes.

 Existem seis etapas para a escovação:

1. Escovar a superfície externa, interna e os dentes posteriores uperiores e inferiores de cada lado da boca, cinco vezes.

2. Passar para a arcada superior e escovar a superfície interior, xterior e de mastigação, cinco vezes.

3. Escovar a superfície interior e exterior dos dentes frontais da arcada inferior, cinco vezes.

4. Passar para a arcada superior e escovar a superfície exterior e interior dos dentes posteriores, cinco vezes.

5. Escovar a superfície da superfície interior, exterior e de mastigação, dos dentes frontais da arcada superior, cinco vezes.

6. Escovar a superfície interior, exterior e de mastigação dos dentes posteriores da arcada inferior cinco vezes.

Embora a maioria das pessoas escove os dentes no banheiro, para acomodar seu filho e acostuma-lo com a escovação, você pode fazer isso no sofá ou em qualquer outra parte da casa onde ele possa se sentir mais à vontade. O objetivo final é o seu filho escovar os dentes da maneira mais independente possível.

Uso do fio dental

Outra prática de saúde oral importante que deve ser dominada é uso do fio dental. Da mesma forma que a escovação, essa prática deve ser introduzida logo que possível em pequenas etapas, na medida em que cada sucesso é construído.

 Você irá usar a mesma técnica. Coloque a cabeça do seu filho em seu peito e use o

fio dental como se fosse em seus próprios dentes.

 Use o fio dental em cada dente. Novamente, o objetivo é seu filho conseguir realizar essa tarefa sozinho.

Outras dicas que podem ser úteis

 Algumas famílias acham útil utilizar um cronômetro para que o indivíduo com qualquer transtorno do espectro autista (ASD) possa ficar sabendo quando a tarefa irá acabar.

 Os autistas utilizam suportes e planejamentos visuais. Um planejamento visual pode ser criado tirando fotografias das etapas descritas na página anterior.

- As famílias, em seguida, podem imprimir as fotos e criar planejamentos visuais para seu filho. Algumas famílias podem imprimir a página e assinalar as atividades conforme elas ocorrem. As páginas podem ser protegidas por um material transparente e uma caneta que apague pode ser usada, para assinalar cada atividade, de forma que essa página possa ser reutilizada.

- Outras podem cortar as fotografias e protegê-las com um material transparente, e colocar velcro no verso de cada fotografia Essas fotografias são arrumadas num quadro, em ordem cronológica, e a cada etapa vencida a fotografia correspondente é
removida.

 Outra opção é fotografar cada etapa do processo de escovação dental, carregar as imagens para um retroprojetor e programá-lo para que cada fotografia seja exibida durante intervalos de 10 segundos. Isso pode ser usado no banheiro, enquanto a criança estiver escovando os dentes para que ela tenha um lembrete visual do momento em que deve passar para a próxima etapa.

 Alguns indivíduos precisam ser estimulados com um agradecimento verbal ou uma recompensa após cada etapa. Outras podem ser capazes de completar alguma, muitas ou todas as etapas antes de receber um agradecimento verbal ou guloseima. Cada criança precisará trabalhar em seu próprio ritmo para obter as habilidades necessárias para escovar seus dentes.

Uma vez que a escova de dente manual foi dominada, uma escova elétrica pode ser introduzida. A escova elétrica é um pouco diferente no que diz respeito à forma como a escovação é realizada e então, o indivíduo já não precisa mais fazer os "movimentos para a escovação".

Em todos os casos, o objetivo final é o autista escovar os seus dentes da forma mais
independente possível.

Encontrando o consultório adequado

É importante encontrar um dentista que tenha experiência em tratar indivíduos autistas.

Converse com o dentista antes da consulta.

 Informe ao dentista qual o melhor horário do dia para seu filho.

 Descreva as preocupações ou desafios que podem apresentar-se durante a consulta.

 Verifique se ele tem fotos do consultório para que você possa analisá-las junto com seu filho antes da consulta.

Preparando-se para a consulta odontológica

Você pode preparar seu filho antes de ir ao dentista. Para algumas crianças, um planejamento visual pode ser útil para que eles saibam o que vai acontecer durante a consulta. Você também pode experimentar praticar com seu filho sentar-se em uma cadeira reclinável.

Talvez você precise ensinar cada uma das etapas a seguir para que ele compreenda as instruções do dentista.

 Colocar as mãos na altura de seu estômago

 Colocar os pés em linha reta

 Abertura ampla

 Manter a boca aberta

 Contar seus dentes

 Limpar com uma escova elétrica

 Fazer exame radiológico

 Cuspir na pia

Talvez cada etapa precise ser vencida individualmente. Muitos dos instrumentos utilizados em uma consulta odontológica podem ser comprados na farmácia. São eles:

 Lanterna pequena

 Espelho odontológico

 Massageador de gengiva com extremidade de borracha

Você também pode ser capaz de obter alguns suportes para radiografia odontológica com seu dentista antes da consulta, para que seu filho possa praticar mordendo esse suporte e familiarizar-se para caso seja necessário realizar alguma radiografia.
PLANEJAMENTO VISUAL

Os autistas geralmente utilizam suportes e planejamentos visuais. O seguinte planejamento visual descreve as etapas necessárias para uma consulta odontológica (veja em: http://www.autismoerealidade.com.br/). As famílias podem ficar a vontade para imprimir as fotos e criar um planejamento visual para seu filho. Algumas famílias podem imprimir a página e assinalar as atividades conforme elas ocorrem. As páginas podem ser protegidas por um material transparente e uma caneta que apague pode ser usada, para assinalar cada atividade, de forma que essa página possa ser reutilizada em cada consulta Outras podem cortar as
fotografias e protegê-las com um material transparente, e colocar velcro no verso de cada fotografia. As fotografias são arrumadas num quadro, em ordem cronológica, e a cada etapa finalizada a fotografia é removida.

Algumas crianças podem precisar ser estimuladas com um agradecimento verbal, um item preferido ou uma recompensa após cada etapa. Outras podem ser capazes de completar algumas, muitas ou todas as etapas antes de receber um agradecimento verbal ou uma recompensa. Cada criança precisará trabalhar em seu próprio ritmo para obter as habilidades necessárias para uma consulta odontológica

Conhecendo o dentista

Seu filho provavelmente conhecerá o dentista na sala de espera. Você pode ligar antes, para verificar se o dentista está atendendo na hora certa. Caso a agenda esteja atrasada e você julgue que seu filho pode ficar ansioso na sala de espera, você pode perguntar à recepcionista se vocês poderiam esperar no carro e pedir-lhe para ligar para o seu celular quando o dentista estiver pronto para atender seu filho. Leve o brinquedo favorito ou uma recompensa para o trabalho bem feito. Você também pode levar um familiar, professor ou especialista em autismo para ajudar a tornar a consulta um sucesso.

PARA O DENTISTA

O que é autismo?

O autismo é um termo geral usado para descrever um grupo de complexos transtornos de desenvolvimento neurológico conhecido como Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD). Os outros transtornos globais do desenvolvimento são TGD-SOE (Transtorno Global do Desenvolvimento – Sem Outra Especificação), Síndrome de Asperger, Síndrome de Rett e Transtorno Desintegrativo da Infância.

Muitos pais e profissionais se referem a este grupo como transtornos do espectro autista (TEA), que afeta 1 em 110 crianças e 1 em 70 meninos.

Indivíduos com TEA têm dificuldades com:

 Interações sociais

 Comunicação

 Dificuldade relativa em participar de um bate-papo ou interagir

 Comportamento repetitivo ou estereotipado

 Indivíduos com TEA também podem apresenta maior ou menor sensibilidade para visão, audição, tato, olfato ou paladar.

Conselhos para os especialistas

 Desenvolva uma relação com seu paciente autista.

 Fale em uma voz calma e suave.

 Abaixe-se até a altura da criança e transmita segurança e tranquilidade.

 Não pergunte a criança se ela quer vir com você, apenas diga suavemente para ela o que você vai fazer em seguida.

 Seja coerente.
 
Preparando seu consultório

Uma vez que cada criança autista é diferente, algumas sugestões podem funcionar para um paciente, e não funcionar para o outro.

Pergunte primeiro aos pais, se existem algumas sugestões que possam melhor atender as necessidades de seu paciente com TEA.

 Diminua as luzes se necessário.

 Desligue ruídos altos.

 Ligue os instrumentos para que a criança possa observá-los antes de iniciar o procedimento.

 Arrume seu consultório. A bagunça pode distrair a criança ou tornála ansiosa.

 Deixe a criança saber o que você vai fazer. Você pode mostrar para a criança na mão dela, como você vai contar os seus dentes, para que ela saiba o que vai acontecer.

 Certifique-se de fornecer informações claras e precisas, quando falar com a criança.

 Termine cada consulta com uma observação positiva, para que você e seu paciente possam construir o sucesso dessa parceria.

Às vezes, podem ser necessárias várias consultas para completar um exame odontológico. Se você trabalhar com a família nesse processo, você vai construir uma relação em conjunto que irá resultar em um maior tempo de boa saúde oral para as crianças autistas.

20 de mai. de 2012

EXEMPLO DE CASO: ESTIMULANDO A IDEAÇÃO


Willian é um menino de quatro anos que tem tendência a mudar casualmente de um equipamento para outro. Apesar dele às vezes parar para empurrar um balanço ou chutar uma almofada, não parece saber “o que fazer”. Na pré-escola, ele costuma empurrar as outras crianças e seu comportamento está começando a ser considerado problemático. A Terapeuta Ocupacional (TO) de Willian descobriu que precisa ajudá-lo a envolver-se em interações bem simples com os equipamentos. Quando ele se aproxima de um balanço de pneu e parece preparar-se  para chutar, a TO gentilmente coloca um de seus pés dentro do pneu e pressiona-o para cima e para baixo, dizendo “pule, pule, pule”. Ela segura as mãos dele enquanto fica em pé no interior do pneu, entra no pneu junto com ele e ela mesma começa a pular. Quando Willian começa a movimentar seu dorso para cima e para baixo como se estivesse pulando, a TO o ajuda a subir no seu e eles pulam juntos. Nas semanas seguintes, Willian sempre entra primeiro no pneu quando chega a sessão. Depois de algumas sessões, ele parece ter controlado o conceito de uma das coisas que pode fazer com este equipamento. Ao perceber que isto ocorreu, a TO tentar incorporar o “brincar” na atividade dizendo “Sou um sapo! Croc, croc” enquanto pula agachada de dentro do pneu para a esteira. Willian a princípio precisa de ajuda para agachar, mas a ideia de ser um sapo parece chamar sua atenção. Uma vez que ele assumiu o controle sobre esta ação, continuou interessado em brincar de “sapo” e diz “eu sou um sapo, eu pego moscas”. A TO então introduz “moscas” na atividade, jogando fichas para ele pegar. Para Willian, a ideação emergente permite que ele dê novas ideias para a atividade. As interações com a terapeuta durante o “brincar”, em troca, motivam-no a continuar tentando ações desafiadoras e que o organizem.

Fonte: A recreação na Terapia Ocupacional Pediátrica (Parham)

9 de mai. de 2012

Comentários e Sugestões

Acredito que, um trabalho em conjunto nos faz crescer. Deixe aqui seu comentário e/ou sugestão. Bjs

Porque é que a Terapia Ocupacional é importante para as crianças com autismo?

Neste artigo a terapeuta ocupacional Corinna Laurie, que exerce funções em contexto escolar e é diretora da “ Evolve Children’s Therapy...