8 de set. de 2012

Sindrome de Down - Sugestões para crianças de 0 à 2 anos


Neste período, a relação entre mãe e bebê, e família e bebê, é essencial para a constituição e amadurecimento desta criança. Esta fase é rica em transformações e é quando o bebê amadurece neurologicamente e inicia seu processo emocional. As experiências vividas nesssa fase da vida contibuem imensamente para a constituição da personalidade e das primeiras experiências motoras e cognitivas, que terão papel primordial na relação que ele estabelecerá com o ambiente nas idades e fases futuras.

Esta fase é chamada por Piaget como período sensoriomotor, pois é quando a criança  desenvolve sua inteligência prática e sua noção de mundo é construída por meio da percepção e da ação. Essas primeiras interações são fundamentais no desenvolvimento do pensamento, da cognição e da percepção.

A criança com síndrome de Down vai desenvolver sua discriminação sensorial como qualquer outra criança, por meio de suas vivências diárias. Mas se elas tiverem a chance de variar essas experiências a cada dia, vão desenvolver de maneira mais adequada habilidades de antecipação, identificação e ajuste das musculaturas das mãos e braços.

O que é importante nesta fase? 

Ideias e sugestões
- Aproximar pernas e braços da criança quando ela está deitada.
- Pendurar um móbile, feito com formas grandes, tecidos coloridos e diferentes texturas, a uma altura de 30 cm da criança deitada, no berço.
- Deixar a criança viver diferentes experiências sensoriais usando objetos do dia a dia, como cascas de frutas, esponjas com diferentes texturas, deixar que o bebê sinta no corpo sensações de diferentes materiais.
- Explicar a rotina para a criança, conversar com ela durante as atividades diárias.

- Aproximar o rosto da mãe do rosto do bebê. O rosto apresenta várias formas e cores, e o bebê vai acompanhar e notar as mudanças, como um batom, por exemplo.

- Ajudar o bebê a tocar os dedos do pé.

- Trabalhar com o bebê que ainda não se senta sozinho com apoio em cadeirão ou cadeirinha de carro. Pode-se usar toalhas enroladas para apoiá-lo, impedindo que caia para o lado.

- Trabalhar com a criança sentada, no meio das pernas da mãe, estimulando que traga o brinquedo para o meio e os passe de uma mão para a outra.

- Esconder objetos que interessam a criança e estimulá-la a procurar (“Achou!”), para estimular a compreensão da permanência, ou seja, mostrar que o objeto continua lá, mesmo quando não o vemos.

- Permitir que a criança fique com os parentes quando a família está reunida.

- Deixar a criança com a mãe enquanto ela estiver cozinhando, para que ela possa mexer na comida, sentir cheiros e texturas, obviamente, com atenção à segurança.

- Expor a criança a estímulos diferenciados. Mostrar coisas que ela não conhece, como por exemplo, levá-la a um jardim e deixar que brinque na grama, com flores e troncos de árvores.

- Colocar brinquedos a uma certa distância, para estimular a criança a se arrastar até eles.

- Posicionar brinquedos ao lado do bebê para estimular a lateralidade, reação de apoio e descarga de peso nos braços.

- Colocar objetos e brinquedos em uma mesa baixinha, estimulando a criança a ficar em pé e liberar os braços.

- A partir de um ano de idade, mostrar para a criança a função dos objetos do dia a dia, como por exemplo, mamadeira, bola, telefone.

- Trabalhar ações de causa e consequência para que a criança aprenda que tem influência sobre o meio. Existem brinquedos que trabalham isso, como os que têm botões que você aperta provocando uma ação (música, ou um boneco que pula de uma caixa, por exemplo).

- Propor atividades em que a criança coloque e tire brinquedos de dentro de uma caixa ou lata.

- Brincar de empilhar blocos e copos, ou de colocar copos um dentro do outro.

- Trabalhar a coordenação motora e a relação de tamanho entre os objetos e cores com argolas que são colocadas em um eixo.

- Oferecer à criança livros infantis com figuras grandes e diferentes texturas, deixar que ela os manuseie.

- Usar gelatina para mostrar a transformação do material, e a possibilidade de a criança explorá-lo e experimentá-lo.

- Estimular a criança a se alimentar sozinha pegando pedaços de frutas com as mãos; usar a colher com a supervisão de um adulto.

- Estimular a criança a segurar a mamadeira ou o copo infantil sozinha, com as duas mãos, bem como a caixinha de suco ou achocolatado.

- Pedir ajuda da criança na hora de trocar a roupa, por exemplo, deixando que ela faça parte sozinha e pedir à criança que termine de tirar uma peça de roupa, como por exemplo, o casaco ou o último braço da camiseta.

(Fonte: Guia do bebê com síndrome de Down – dr Zan Mustacchi)

Porque é que a Terapia Ocupacional é importante para as crianças com autismo?

Neste artigo a terapeuta ocupacional Corinna Laurie, que exerce funções em contexto escolar e é diretora da “ Evolve Children’s Therapy...