31 de mai. de 2013

A importância do Brincar

Pais não devem subestimar o valor das brincadeiras, essenciais para o desenvolvimento da criança


O princípio VII da Declaração Universal dos Direitos da Criança, aprovada por unanimidade pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1959, já estabelece: toda criança tem direito ao lazer infantil. Brincar é essencial para o desenvolvimento do seu filho - e o valor da brincadeira não pode ser subestimado.
Brincar tem um viés que vai muito além da simples fantasia. Enquanto um adulto vê apenas uma criança empilhando bloquinhos, para o pequeno aquilo significa experimentar as possibilidades de construir e conhecer novas cores, formatos e texturas. "Para a criança, brincar é um processo permanente de descoberta. É um investimento", explica Tião Rocha, antropólogo, educador popular e folclorista, fundador do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento, em Minas Gerais.

"A criança que brinca vai ser mais esperta, mais interessada e terá mais facilidade de aprender - tudo isso de forma natural", diz Ruth Elisabeth de Martin, pedagoga e educadora do Labrimp (Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos da Universidade de São Paulo).

Desenvolvimento
A literatura e as pesquisas demonstram que brincar tem três grandes objetivos para as crianças: o prazer, a expressão dos sentimentos e a aprendizagem. "Brincando, a criança passa o tempo, mostra aos pais e professores sua personalidade e descobre informações", resume Áderson Costa, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília.
Crianças menores, mesmo na companhia de outras, costumam brincar sozinhas. Para elas, o ideal são brincadeiras que estimulem os sentidos. Através deles, elas exploram e descobrem cores, texturas, sons, cheiros e gostos.
Por volta dos 3 anos elas desenvolvem outro tipo de brincadeira: o faz de conta. Imitar situações cotidianas - como brincar de casinha ou fingir que é o motorista de um ônibus - permite que as crianças se relacionem com problemas e soluções que passam do fazer imaginário para o aprender real.
A partir dos 5 anos, os pequenos estão aptos para incluir o outro nas brincadeiras. "É a fase em que elas deixam de brincar ao lado de outras crianças e passam a brincar com outras crianças", explica Maria Angela Barbato Carneiro, coordenadora do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar da Pontifícia Universidade de São Paulo.

Vale lembrar que o desenvolvimento infantil é individual. Algumas crianças começam a brincar com outras mais cedo, outras mais tarde - não há motivo para preocupação.
Como incentivar seu filho a brincar
Estabelecer um horário diário ou semanal para brincar com seu filho é o primeiro passo para garantir que ele faça esta atividade com frequência. Muitos pais lotam a agenda dos filhos com afazeres extracurriculares, o que extingue o momento da brincadeira. "Toda agenda de criança deve ter um espaço diário para não fazer nada - é aí que surge o espaço para brincar", orienta Áderson.
Participar da brincadeira dos filhos também dá uma vantagem aos pais: conhecê-los melhor. Como a criança se expressa brincando, os pais observadores descobriram as vulnerabilidades e os pontos fortes de seus filhos. "Brincar juntos aumenta o grau de confiança e o vínculo entre pais e filhos", diz.
Dar brinquedos de diferentes materiais e tipos também é recomendável. Por isso, nada de entupir a menina só com bonecas e chegar com um carrinho debaixo do braço a todos os aniversários do menino. As crianças precisam experimentar de tudo. "Cada brinquedo traz uma mensagem e vai despertar o interesse e a curiosidade de alguma forma", ressalta Ruth.
O importante é o brincar, e não o brinquedo. É possível improvisar brinquedos com uma fruta, uma caixa de papelão vazia ou o que quer que esteja à mão. E não se preocupe se não puder dar a seu filho aquele carrinho movido a pilhas de última geração. "Só na visão do adulto um brinquedo eletrônico é divertido. Para a criança, brinquedo que brinca sozinho é enfadonho", completa Tião.
As brincadeiras ideais para cada faixa etária
Reunimos algumas recomendações de especialistas sobre as brincadeiras mais adequadas para cada faixa etária. O desenvolvimento infantil é individual, mas as crianças passam, cada uma a seu tempo, pelas fases abaixo. Todas as atividades devem ser desenvolvidas sob supervisão de um adulto e nos ambientes adequados.
Até os 2 anos 
Nesta fase, a brincadeira tem que estimular os sentidos. Correr, puxar carrinhos, escalar objetos, jogar com bolinhas de pelúcia são atividades recomendadas.

3 a 4 anos 
Começam as brincadeiras de faz de conta. As crianças respondem a brincadeiras de casinha, de trânsito, de escolinha e de outras atividades cotidianas.
5 a 6 anos 
Os jogos motores (de movimento) e os de representação (faz de conta) continuam e se aprimoram. Surgem os jogos coletivos, de campo ou de mesa: jogos de tabuleiro, futebol, brincadeiras de roda.
7 anos acima 
A criança está apta a participar e se divertir com todos os tipos de jogos aprendidos, mas com graus de dificuldade maiores.

28 de mai. de 2013

Alunos com letra ilegível e lentidão dos movimentos para Escrita



 
 
A letra ilegível é um obstáculo para a leitura!

Primeiramente é necessário que o professor entenda que não há como fazer equiparações entre “letra bonita” e “letra feia” com letra legível e letra ilegível, pois são totalmente diferentes.

Fatores  importantes para preparação da escrita:
-Tonicidade
-Sensorial(tátil e proprioceptivo)
-Lateralidade definida(Destro ou canhoto)
-Coordenação motora grossa e fina
-Postura
-Equilibrio estático e dinâmico
-Fortalecimento muscular grandes músculos(cintura escapular) pequenos músculos indo até ao movimento pinça(indicador e polegar)
-Mobilidade dos dedos polegar, indicador e estabilidade nos outros dedos.
-preensão do lápis/caneta deve ser segurado com os dois dedos (polegar e indicador) e apoiado no dedo médio

- Para que os traços se tornem letras legíveis exige muito esforço por parte do aluno. Geralmente, essa adaptação da letra acontece no período da alfabetização e pode ter como consequência a continuação do problema com o passar dos anos.

- A melhor forma para melhorar a letra ilegível é treinar, seja no caderno de caligrafia ou na reescrita de um texto ou
-Encaminhar para uma avaliação com  profissional especializado (Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia ou psicopedagogia)
 
-O professor nunca deve deixar de escrever de maneira legível, seja no quadro, no caderno ou na agenda do aluno, pois isso é um bom exemplo.
- Uma boa opção é solicitar ao aluno que escreva mais lentamente, observando os contornos, pois a rapidez pode prejudicar os contornos e, consequentemente, o entendimento do leitor.

 
Muitos professores, cansados de se esforçar para entender a letra de alguns alunos, sobretudo a cursiva, acabam por pedir que a turma escreva com letra de fôrma.
 
- O problema da falta de legibilidade pode começar a ser atacado já no fim do 1º ano do Ensino Fundamental. Nessa fase, vários alunos já são alfabéticos e podem aprender a escrever com a letra de mão, com a qual não estão familiarizados. Um dos caminhos é começar pela escrita do nome e do sobrenome do aluno. Vale organizar também atividades que envolvam a redação de cartas, afinal escrevê-las pressupõe a existência de um leitor que deverá entender o texto.
 
O importante nesse aprendizado, que segue pelo 3º e 4º ano, não é só a conquista de uma letra legível mas também a aquisição de rapidez na escrita. O objetivo - e isso deve ser exposto aos pequenos - é aprender outra forma de escrever para ganhar agilidade nas anotações.As mal traçadas linhas podem ser legíveis, ou seja, “letra feia” não é sinônimo de ilegível.


Outra sugestão é usufruir de temas que incentivem o aluno a escrever. Se o mesmo já souber a diferença entre letra cursiva e letra de fôrma e optar por esta última, permita, pois o que vale é a comunicação. Caso o aluno tenha mais facilidade com a letra cursiva, consinta da mesma maneira.

Para se ter uma letra legível, com traços harmônicos, tudo é uma questão de treino!

Em vestibulares e concursos não é cobrado a “letra bonita”, mas sim legível, se der para entender tudo bem!

No entanto, um texto manuscrito é muito mais prazeroso de se ler quando possui uma letra legível, direcionalidade e cada traçado coordenado e preciso.
 
Fonte: Blog da Terapeuta Ocupacional Johana Melo

Alguns problemas comuns na Escrita



Déficits de Percepção Visual- Crianças com problemas de percepção visual podem ter um histórico de problemas de leitura por causa da dificuldade reconhecimento e discriminação formas, letras e números.Por exemplo,se uma criança não consegue  discriminar com precisão visualmente a letra b da letra d ou dificuldade perceber as semelhanças e diferenças visualmente na grafia.Eles podem ter dificuldade com a formação de letras precisas e a legibilidade de escrita pode ser precária. Por exemplo, eles podem escrever a letra mas não conseguem perceber visualmente o erro durante a atividade de escrever. Quando os déficits em habilidades percepção visual são suspeitos, eles podem ser facilmente identificadas por testes padronizados ou informais.

Déficits em Planejamento e Execução Motor.  pobre planejamento motor e execução é referido como dispraxia. A  definição  dispraxia "incapacidade de aprender ou realizar movimentos voluntários esperada para a idade e / ou de inteligência verbal". Segundo Ayres, dispraxia é geralmente visto como um problema de saída porque o componente motor é mais observável do que o componente sensorial. No entanto, em sua opinião, dispraxia é a incapacidade de integrar as informações sensoriais e motoras, ao invés de produção apenas motora.


Déficits de Coordenação Viso-motora -Pobre integração viso-motora podem levar a problemas com as atividades motoras finas que dependem fortemente de feedback visual. Estes incluem encaixe, empilhar, enfiar uma agulha, desenhar, pintar, colorir, escrever e recortar. 

A escrita manual é habilidade perceptivo-motora complexa que depende da maturação e integração de uma série de habilidades cognitivas, motoras e perceptivas. A criança com déficits percepção visual, planejamento e execução motora ou coordenação viso-motora deve ser encaminhado para uma avaliação com um profissional especializado.
 
 
 
 

Dicas para fazer em casa

Todas as crianças aprendem muito nos primeiros anos de vida, e todas elas, a seu ritmo. Às vezes, algumas crianças parecem “desaprender” o que já haviam aprendido, ou se desenvolver mais lentamente em alguma área, enquanto acelera o desenvolvimento em outra. Também há picos repentinos de desenvolvimento. Este padrão também é característico das crianças com síndrome de Down.
O texto abaixo mostra como, com atitudes simples e práticas diárias, é possível estimular as crianças com síndrome de Down em casa de acordo com sua faixa etária. São brincadeiras e hábitos que podem auxiliar seu filho na interação e comunicação com outras pessoas e no desenvolvimento da memória.


Zero a dois anos
Na fase inicial da vida da criança, o período de zero a dois anos, a relação entre mãe e bebê e família e bebê é essencial para a constituição e amadurecimento desta criança. Esta fase é rica em transformações. É quando o bebê amadurece neurologicamente e inicia seu processo emocional. As experiências vividas nesta fase da vida contribuem imensamente para a constituição da personalidade e das primeiras experiências motoras e cognitivas, que terão papel primordial na relação que ele estabelecerá com o ambiente nas idades e fases futuras.
Esta fase é chamada por Piaget de período sensoriomotor, pois é quando a criança desenvolve sua inteligência prática e sua noção de mundo é construída por meio da percepção e da ação. Essas primeiras interações são fundamentais no desenvolvimento do pensamento, da cognição e da percepção. A criança com síndrome de Down vai desenvolver sua discriminação sensorial como qualquer outra criança, por meio de suas vivências diárias. Mas se ela tiver a chance de variar essas experiências a cada dia, vai desenvolver de maneira mais adequada habilidades de antecipação, identificação e ajuste das musculaturas das mãos e braços.
Na hora do banho – O banho envolve a retirar a roupa, entrar na água, lavar, secar e vestir outra roupa. Em tais situações, é possível estimular o bebê com movimentos de pressão sobre braços e pernas, movimentos circulares sobre a barriga e de cima para baixo nas costas, que lhe permitem sentir as partes de seu corpo. Tente reservar os últimos minutos do banho para que o bebê se mexa livremente dentro da água.
Na hora de vestir - Dê preferência para roupas com abertura frontal, ou nos ombros, e que passem facilmente pela cabeça do bebê, para evitar movimentos bruscos.
Diferentes formas, sons, cores e texturas - Qualquer coisa pode ser um estímulo conveniente para a criança: brinquedos coloridos, música, conversa ou o próprio movimento da casa. Porém, não é interessante fornecer muitos estímulos ao mesmo tempo. Por exemplo, muitos brinquedos, rádio e televisão ligados, outras crianças brincando. O excesso de estímulos pode confundir a criança, que não conseguirá concentrar-se em um deles e não perceberá alterações que ocorram no ambiente. Veja exemplos de estímulos sensoriais:
- Pendurar um móbile, feito com formas grandes, tecidos coloridos e diferentes texturas, a uma altura de 30 cm da criança deitada, no berço.
- Deixar a criança viver diferentes experiências sensoriais usando objetos do dia a dia, como cascas de frutas, esponjas com diferentes texturas, deixar que o bebê sinta no corpo sensações de diferentes materiais.
- Aproximar o rosto da mãe do rosto do bebê. O rosto apresenta várias formas e cores, e o bebê vai acompanhar e notar as mudanças, como um batom, por exemplo.
- Deixar a criança com a mãe enquanto ela estiver cozinhando, para que ela possa mexer na comida, sentir cheiros e texturas, obviamente, com atenção à segurança.
- Expor a criança a estímulos diferenciados. Mostrar coisas que ela não conhece, como por exemplo, levá-la a um jardim e deixar que brinque na grama, com flores e troncos de árvores.
- Oferecer à criança livros infantis com figuras grandes e diferentes texturas, deixar que ela os manuseie.
- Usar gelatina para mostrar a transformação do material, e a possibilidade de a criança explorá-lo e experimentá-lo.
Carregando o bebê - É importante que seu bebê seja carregado no colo ora do lado direito, ora do lado esquerdo, para que receba informações dos dois lados. A cabeça deve ficar bem apoiada enquanto o bebê não conseguir sustentá-la, sendo mantida alinhada com o corpo. Os braços devem ficar livres e as pernas, fechadas. Quando o bebê conseguir sustentar sua cabeça, é possível carregá-lo “em cadeirinha”, para que ele possa olhar de frente o ambiente que o cerca. Evite carregar seu bebê com as pernas abraçadas ao seu corpo e também não use o canguru, já que isso manterá uma abertura exagerada das pernas dele.
Posicionando o bebê para estimulá-lo - O bebê receberá mais estímulos se o mudarmos de posição diversas vezes durante o dia, enquanto estiver acordado. Cada posição, de bruços ou de lado, fará com que ele perceba partes diferentes de seu corpo e o relacione com o ambiente. A mudança de local onde o bebê fica também ajuda a estimulação, de modo que é bom deixá-lo um pouco em vários lugares da casa.Para começar, o bebê pode ser colocado de bruços, com suportes laterais ou sob o tronco, a um ângulo de aproximadamente 30 graus, para ser estimulado.
A elevação do corpo também poderá ser aumentada gradualmente (para 45 graus e 60 graus), conforme o bebê vá ficando mais durinho e adquirindo melhor controle da cabeça e do tronco. Esta posição exercita o controle da cabeça, mas não deve nunca ser usada durante o sono.Você também pode deitar o bebê de costas, a um ângulo de 30 graus, com apoios laterais ou sob o quadril, ou colocá-lo no bebê conforto. Ele pode ainda ser colocado de lado, também a um ângulo de 30 graus, ora do lado direito, ora do lado esquerdo, para que os dois lados sejam estimulados, usando apoios em toda a extensão da cabeça, tronco e sob o quadril. Essa postura ajuda na descoberta das mãos, que podem ser trazidas para a frente, para brincar.
Estimulando a posição de bruços - A posição de bruços, com suporte de um rolo (de toalha, por exemplo), sob o tronco, ajuda a exercitar o controle da cabeça. Assim que o bebê conseguir sustentar melhor a cabeça e o tronco, não há mais necessidade de suporte. Use brinquedos que chamem a atenção da criança para que ela tente alcançá- los, ora apoiando-se em um braço, ora em outro.
Estimulando o rolar - O rolar de bruços para ficar de costas e vice-versa pode ser estimulado colocando a criança em uma das posições (bruços ou costas) e usando brinquedos para que ela seja estimulada a se virar. Os pais podem ajudar no movimento, empurrando de leve a criança até o meio do caminho (até que ela fique de lado), deixando que o bebê termine o movimento sozinho.
Estimulando o sentar - Sentado, o bebê fica com os braços livres para explorar. Inicialmente, ele pode ser colocado em um bebê conforto com os suportes de rolo adequados no tronco e no quadril, de modo que fique aconchegado, para que depois ele permaneça sozinho na postura. Ofereça brinquedos tanto na altura do olhar da criança, como abaixo e acima, e mais distantes, para estimular o bebê a movimentar seu corpo e melhorar seu equilíbrio. É importante que o bebê se interesse pelos brinquedos, para que se mantenha nessa postura.
O sentar sem ajuda exige paciência, já que nem sempre a criança consegue realizar o movimento da maneira adequada. O ideal para a criança se sentar, quando está deitada de costas ou bruços, é que ela role para a lateral, se apoie nos braços e eleve o corpo, até chegar à posição. Enquanto ela não conseguir passar por todas as etapas sozinha, os pais podem oferecer ajuda com as mãos, bem como apoiando o quadril.
Estimulando o arrastar – O bebê começa se arrastando para trás, com a ajuda dos braços, e depois para a frente. Essa mobilidade ajuda o bebê a explorar mais o ambiente, enquanto não consegue engatinhar ou andar. Quando a criança estiver se arrastando para trás, podemos colocar as mãos sob seus pés para que ela sinta o apoio e consiga se mover para a frente.
Estimulando o engatinhar - Na escala do desenvolvimento motor, o engatinhar vem antes do ficar em pé e andar, mas nem todas as crianças passam por esse estágio, e devemos respeitá-las, sem forçá-las quando não querem ficar nessa postura (de quatro). Para ajudar seu filho, no entanto, ele pode ser colocado de quatro, com um suporte sob o tronco, ou com a utilização de uma fralda enrolada, passando sob os braços e o tronco, que será puxada para cima como se fosse uma alça, dando sustentação ao bebê. Também com a ajuda da fralda, você pode estimular seu filho a se mexer, incentivando-o com brinquedos que se movam, como bolas, carrinhos e brinquedos de corda.
Estimulando a ficar em pé – A posição pode ser estimulada com a colocação de brinquedos sobre móveis baixos, permitindo que a criança use seus braços para se levantar. Você pode ajudar o bebê neste movimento colocando-o em posição semi-ajoelhada, para que, daí, ele fique em pé. Depois de ficar em pé, a criança começa a andar para os lados, ainda se segurando em móveis. Esse andar também pode ser incentivado pelos pais com a ajuda de brinquedos colocados á distância. Aos poucos, a criança vai começar a se soltar, dando os primeiros passos sozinha. Você também pode ajudar seu filho a fortalecer as pernas com brincadeiras de agachar e levantar, como pegar brinquedos de formas e tamanhos diferentes no chão, por exemplo.
Estimulando o andar – Não existe idade certa para começar a andar, mas quanto antes a criança o fizer, mais chances terá de explorar o ambiente à sua volta. O andador clássico é contraindicado pois prejudica as respostas espontâneas da criança, comprometendo a fase do andar sozinho, além de trazer riscos à segurança, de modo geral. Mas brinquedos como carrinhos, ou caixas sobre rodinhas, que se desloquem e tenham um apoio para os braços, favorecendo ficar em pé e, consequentemente, o andar, podem ser usados, desde que sempre supervisionados, por motivo de segurança. Quando a criança consegue andar sozinha, se sente estimulada a tentar novos desafios, como subir escadas e rampas.
Interação com os outros - No primeiro ano de vida, o desenvolvimento social do seu bebê deve ocorrer de maneira relativamente normal. Ele deverá sorrir, fazer barulhinhos, “conversar” e responder aos seus estímulos. Os bebês com síndrome de Down também costumam responder bem a estímulos emocionais. Assim, você pode abraçar, brincar, sorrir, conversar e manter o contato visual com seu bebê nos primeiros meses de vida. Aos poucos, comece a incluir seu bebê nas atividades da família e crie o máximo de oportunidades possíveis para ele brincar com outras crianças. As crianças aprendem a se socializar o dia todo, todos os dias, quando estão na companhia da família, outros adultos e crianças.
Aprendendo a se comunicar - A maioria das crianças com síndrome de Down quer se comunicar. Mas muitas delas têm dificuldade em aprender a falar. Elas podem ter dificuldade ao entender o que os outros falam, ou sinalizam, e também ao pronunciar palavras. Como perdas auditivas são relativamente comuns em crianças com síndrome de Down, faça exames regulares no seu filho para ter certeza de que ele ouve direito. Você também deve falar com seu filho de maneira simples, com frases simples, enquanto vocês estiverem fazendo algo juntos, como tomar banho ou brincar. Veja abaixo outras dicas:
- Nomeie e fale sobre todas as coisas em que seu filho pareça interessado.
- Leiam livros juntos, olhando as figuras.
- Encoraje seu filho a fazer vários barulhos que tenham algum significado, como o som de bichos, ou ruídos do dia a dia (o carro, o helicóptero…)
- Quando seu filho fizer um barulho, imite-o e mostre como você ficou feliz.
- Encoraje seu filho a brincar com a língua e a boca, mostrando diferentes movimentos, como lamber os lábios, inflar as bochechas ou colocar a língua para dentro e para fora.
- Faça brincadeiras para ensiná-lo palavras novas e frases.
- Quando seu filho começar a falar, tente não corrigir a maneira como ele fala, ou dizer que ele está errado. Em vez disso, fale as palavras clara e corretamente você mesma, após ele.
Aprendendo com brincadeiras – A brincadeira é a primeira, e talvez a mais importante forma, de ajudar seu filho a aprender. Todas as crianças aprendem brincando e explorando. As crianças com síndrome de Down aprendem da mesma forma que as outras crianças, mas aproveitam mais ainda se tiverem apoio para suas brincadeiras. Torne-se o companheiro de brincadeiras de seu bebê e mostre a ele como brincar com seus brinquedos. Mostre o que um brinquedo faz, como ele faz barulho, como se move, como encaixar e desencaixar, como esconder e encontrar um brinquedo. Ao mostrar a seu filho como fazer coisas mais interessantes com seus brinquedos, você pode evitar que ele repita sempre os mesmos movimentos e brincadeiras. Brinque da mesma coisa que seu filho, para que ele tenha você como modelo. Às vezes, vale a pena ter dois brinquedos, para que vocês dois possam sacudir um chocalho ou rolar uma bola, por exemplo. Você também pode:
- Colocar brinquedos a uma certa distância, para estimular a criança a se arrastar até eles.
- Posicionar brinquedos ao lado do bebê para estimular a lateralidade, reação de apoio e descarga de peso nos braços.
- Colocar brinquedos em uma mesa baixinha, estimulando a criança a ficar em pé e liberar os braços.
- Propor atividades em que a criança coloque e tire brinquedos de dentro de uma caixa ou lata.
- Brincar de empilhar blocos e copos, ou de colocar copos um dentro do outro.
- Trabalhar ações de causa e consequência para que a criança aprenda que tem influência sobre o meio. Existem brinquedos que trabalham isso, como os que têm botões que você aperta provocando uma ação (música, ou um boneco que pula de uma caixa, por exemplo).
Desenvolvendo a atenção e memória – Para aprender, uma criança tem que absorver as informações de seu ambiente, normalmente observando, ouvindo e tocando, prestando atenção durante tempo suficiente para se lembrar dessas informações. O modo como os bebês com síndrome de Down prestam atenção no mundo à sua volta varia bastante. Algumas crianças gostam de observar coisas, especialmente os rostos de pessoas, por um longo tempo, mas em outros momentos podem achar bastante difícil manter a atenção.
As crianças com síndrome de Down costumam ter relativamente boa memória de longo prazo, portanto, podem guardar as informações e habilidades que aprendem muito bem. Mas sua memória de curto prazo normalmente leva mais tempo para se desenvolver. Elas podem achar particularmente difícil guardar informações que acabaram de ouvir. Isso pode ter um efeito sobre o tempo que precisam para aprender uma linguagem.
Encoraje seu bebê a interagir com você desde os primeiros meses de vida, fazendo graça para ele e respondendo.
Repita as coisas mais do que você normalmente o faria. Jogos como o de esconder (“Cadê a mamãe? Achou!”) ajudam, porque eles têm uma repetição natural e são divertidos. Outra dica é imitar os barulhos e gestos de seu bebê. Isso é uma boa maneira de se comunicar e pode se tornar uma brincadeira divertida, além de prender a atenção da criança e encorajá-la a aprender por imitação. Aproveite a boa memória visual de seu filho para usar fotografias, desenhos, sinais e qualquer outra imagem para reforçar o que você está falando.
Dois a cinco anos
Nesta fase, a criança pode aperfeiçoar seu andar em solos irregulares, como escadas, rampas e trilhas com diferentes dificuldades e obstáculos. No começo, ela precisará de apoio para as atividades. À medida que ela for melhorando seu equilíbrio, novas dificuldades e desafios podem ser inseridos. Em casa, você pode fazer circuitos com brincadeiras associadas, que facilitem sua coordenação motora grossa. Depois que começar a andar, a criança também vai querer escalar rampas e subir e descer escadas. No princípio, ela vai querer usar o corrimão, para aumentar seu equilíbrio, mas à medida que ela adquirir maior controle, podemos incentivá-la a carregar algum brinquedo nas mãos, para aumentar a dificuldade.
Nesta fase, surge a função simbólica, que permite o surgimento da linguagem, do desenho, da imitação. Neste momento, a criança passa a ser capaz de construir a imagem mental de um objeto, mesmo que ele não esteja mais lá. A criança passa a explorar e conhecer outros ambientes, que vão além do familiar. Ela começa a se socializar, poderá ir à escola ou creche e o aprendizado toma outra forma. É importante que, nesta fase, os familiares comecem a dar limites para a criança, pois ela já consegue esperar por determinada situação. Os conceitos de tempo e espaço passam a fazer mais sentido.
Pode-se ainda estimular a criança a expressar suas necessidades, construir brincadeiras e ter acesso a brinquedos que a ajudem a entender melhor o mundo. Sua independência e autonomia começam a se desenhar nessa fase e são fundamentais para o futuro, quando ela estiver na escola, e na adolescência.
Interação com os outros - Tente não “infantilizar” seu filho. Ele deve ser encorajado a mostrar o comportamento adequado para sua idade. Com o tempo, isso o ajudará a fortalecer sua autoconfiança e vai preparar seu filho para a vida com outras crianças de idade semelhante. Você também deve incentivar seu filho a brincar com outras crianças na creche, ou escolinha, se puder. As crianças com síndrome de Down aprendem observando e imitando os outros, e é mais fácil aprender com outras crianças da mesma idade como se comportar adequadamente.
A sociabilização é muito importante nessa fase. Aprender regras sociais, dividir brincadeiras, pedir e emprestar brinquedos são parte deste processo. Fale com a criança e estimule-a a contar suas experiências. Preste atenção no que ela fala, valorize o que está falando. Use sempre “obrigado” e “por favor” quando falar com a criança, inclua-a na conversa sempre que possível e evite responder por ela.
Aprendendo com brincadeiras – Una-se ao seu filho nas brincadeiras em que se usa a imaginação, para mostrar a ele como fazer. Jogos imaginativos são boas oportunidades para ensinar crianças a falar. Ajude seu filho a juntar duas ou três palavras em uma frase, falando, por exemplo: “Lava o rosto da boneca?” ou “Vamos colocar a boneca no banho?”
Faça brincadeiras estruturadas. Crianças com síndrome de Down, normalmente, precisam de mais repetição do que outras crianças antes de aprenderem e dominarem uma nova habilidade. Seu filho vai aproveitar melhor o aprendizado se você dividir os jogos e tarefas em pequenos passos, mostrando a eles como completar cada um desses passos. Use a imitação tanto quanto for possível. Crianças com síndrome de Down costumam aprender melhor imitando ou copiando outras pessoas.
A criança também pode ser incentivada a correr em brincadeiras como pique, ou apostando corrida com pais e amigos. O pular também pode ser estimulado com uma cama elástica, primeiro com apoio das mãos, depois sem. Mas atenção, qualquer brincadeira que possa provocar movimentos bruscos de cabeça deve ser evitadas se a criança não tiver passado por nenhum exame para avaliar a região do pescoço.
Brincadeiras de escalar (trepa-trepa), andar de triciclo, carrinho de mão e manter-se num pé só (amarelinha) também contribuem para a força muscular dos braços e pernas.
Outras atividades físicas, como natação, por exemplo, também são indicadas, mas converse com um fisioterapeuta para saber qual o melhor momento de iniciá-las.
Elogie seu filho e evite frustrações garantindo que, na maior parte das vezes, ele consiga se satisfazer com as brincadeiras e os brinquedos. Pode ser muito frustrante tentar brincar com brinquedos que não são apropriados para sua habilidade. Seu filho pode sentir este tipo de frustração quando for tentar brincar com brinquedos que exijam movimentos precisos dos dedos – eles poderão expressar esta frustração jogando os brinquedos longe, ou batendo com eles. Quando uma criança fica frustrada, pode ser bastante difícil tirá-la deste estado. Música, dança e brincadeiras corporais podem ser uma maneira de melhorar seu humor. Veja outras sugestões sobre a utilização de atividades lúdicas:
Leia livros infantis para a criança e estimule-a a recontar as histórias. No começo, leia histórias curtas.
- Estimule a criança a imitar gestos, fazer gestos acompanhando músicas infantis e, pouco a pouco, dispense os modelos e deixe-a fazer os gestos por iniciativa própria.
- Apresente encaixes de formas geométricas, associação entre cores e formas, trabalhe conceitos de tamanho (grande-pequeno), formas (círculo, quadrado, triângulo), dentro e fora.
- Ofereça massinha para a criança brincar, com moldes geométricos, de formas de bichos etc.
- Use brinquedos que reproduzam atividades cotidianas, como panelinhas, frutas e bichinhos. Mostre-lhe como essas coisas funcionam.
- Use brinquedos de causa e efeito, estimule a criança a entender que suas ações têm consequências diretas sobre o ambiente.
Atenção e memória – Brinque de jogo da memória com seu filho a partir dos dois anos de idade, para ajudá-lo a desenvolver sua memória. Você também deve estimular a criança a identificar o outro objeto, o igual, para ajudá-la a trabalhar o conceito de igual e diferente, que serão importantes para a continuidade do aprendizado.
Diferentes formas, sons e texturas – Procure dar sempre estímulos diferentes para a criança e permita que ela tenha diferentes experiências que vão facilitar seu aprendizado ao longo da vida. Na praia ou na praça, dê oportunidade para que a criança brinque na areia, fazendo castelos ou bolos de areia, usando balde, pá, etc. Você também pode estimular a criança a explorar o brinquedo de forma mais elaborada, como virar o objeto, cheirar, apertar e senti-lo com as duas mãos, separar e retirar peças, ouvir o som que o brinquedo produz, chacoalhá-lo. Evite que a criança coloque o brinquedo na boca ou o jogue para longe como única forma de exploração.
Coordenação motora - Estimule a criança a desenhar no papel ou num quadro negro, ofereça giz de cera ou normal em tamanhos menores, para desenvolver o movimento de pinça dos dedos.
Independência – Desde sempre, crie rotinas para a criança e organize o ambiente do qual ela faz parte. Insista que ela conclua as atividades e guarde os brinquedos ao fim.
Também nessa fase, a criança começa a aprender noções de higiene. A idade varia, mas vale começar a ensinar a criança a usar o banheiro. Mas, atenção: o processo pode ser longo e requer paciência e planejamento dos pais. E se a criança responder de modo muito negativo, evite uma guerra, adiando o treinamento.
Você pode ensinar a criança a tomar banho sozinha ao pegar uma esponja e um boneco na hora do banho, para que ela aprenda lavando o boneco. Depois, vá nomeando as partes do corpo que a criança deverá lavar sozinha. Tomar banho, escovar os dentes e pentear o cabelo sozinho são atividades que requerem, inicialmente, supervisão e devem ser ensinadas do mesmo jeito: primeiro, vendo os outros, depois fazendo em bonecos e depois em si mesmo.
Fontes: Down Syndrome UK
Guia do bebê com síndrome de Down – dr. Zan Mustacchi
Síndrome de Down: estimulação precoce – 0 a 6 meses – editado e distribuído gratuitamente por Projeto Down (www.sosdown.com.br)

Porque é que a Terapia Ocupacional é importante para as crianças com autismo?

Neste artigo a terapeuta ocupacional Corinna Laurie, que exerce funções em contexto escolar e é diretora da “ Evolve Children’s Therapy...