21 de fev. de 2014

Integração Sensorial


Integração sensorial é o processo neurológico que organiza a sensação tanto do corpo como do ambiente e torna possível utilizar o corpo de forma efetiva no meio ambiente. Os aspectos espaciais e temporais dos inputs das diferentes modalidades de estímulos são interpretados, associados e unificados. É o processamento da informação… O cérebro deve selecionar promover, inibir, comparar e associar a informação sensorial num padrão flexível e constantemente modificado, ou seja, o cérebro tem de integrar a informação. (Ayres, 1989)

O brincar é uma excelente forma de desenvolver a integração sensorial. Desde pequena a criança naturalmente procura as atividades que promovem uma boa integração da informação recebida através dos sentidos. Ao movimentar-se, aprende sobre os limites do seu corpo dentro do espaço que a rodeia. Ao manipular objetos, aprende sobre o seu peso, textura e força que precisa para segurá-los. Toda essa informação é organizada e armazenada, possibilitando que a criança aprenda cada vez mais sobre o mundo em que vive.

A terapia de integração sensorial deve ocorrer pós criteriosa avaliação através de ferramentas padronizadas como as Observações Clinicas, Perfil Sensorial (Dunn, 1999; 2000) acrescida da observação do brincar livre e eventualmente outros testes conduzidos por terapeuta treinada na área são traçadas as hipóteses diagnosticas e se necessário os objetivos de tratamento.

Esta terapia é conduzida por terapeutas familiarizada com a teoria e metodologia de tratamento e é realizada em sala equipada com colchões, almofadas, diversos balanços, rede, balanço de câmara de ar, o trapézio, materiais como a caixa com grãos e bolas de texturas variadas carrinhos de rolimã e rampa entre outros equipamentos que propiciam a vivencia de brincadeiras com intenso input sensorial, sobretudo tátil, vestibular e proprioceptivo.

Os elementos centrais da terapia são: oferecer o desafio na medida certa; a escolha das atividades deve necessariamente ser feita em parceria com a criança; a terapia deve guiar a auto-organização da criança; propiciar um nível ótimo de alerta; criar um ambiente lúdico; maximizar o sucesso da criança e garantir sua segurança física; modificações do ambiente terapêutico para atrair e envolver a criança; e alimentar a aliança terapêutica: a confiança na terapeuta é essencial para o desenvolvimento do laço afetivo, que é a base para a colaboração eficaz entre o terapeuta e a criança (Parham et al., 2007).

Segundo Magalhães e Lambertucci (2008) a oportunidade para receber uma quantidade extra de estímulos sensoriais, durante brincadeiras significativas para a criança, aumenta sua habilidade para processar informações e responder apropriadamente aos estímulos. A ênfase, portanto, não é só na estimulação sensorial, mas principalmente em como a criança se organiza para responder aos estímulos e emitir respostas adaptativas. Resposta adaptativa geralmente se refere à habilidade para manter o controle postural, planejar os movimentos (praxias) e manter atenção apropriada, de forma a obter sucesso na tarefa.

Através da escolha ativa de brincadeiras, equipamentos e materiais, a criança expressa seu nível de desempenho e capacidade de processamento sensorial, cabendo ao terapeuta, graduar as atividades e promover o “desafio na medida certa” para desencadear respostas adaptativas cada vez mais complexas, que demandem maior integração sensorial.

Fonte:http://fono-audiologia.blogspot.com.br/2012/01/terapia-de-integracao-sensorial.html

Compreendendo o sistema sensorial


Embora não possamos vê-lo nem compreende-lo, o sistema sensorial é importante. Nosso sistema sensorial é composto por uma rede de sistemas inter-relacionados, que nos possibilita a percepção do mundo!

Para melhor compreender, pensamos nele como um computador: nosso cérebro é um computador, então nossos olhos, ouvidos, pele, nariz e nervos (sistema sensorial) servem como condutor e fiação deste computador, responsáveis por transmitir todos os dados que chegam até ele. Da mesma forma, todas as informações que recebemos sobre o mundo são transmitidas, pelo nosso sistema sensorial, ao cérebro e subsequentemente processadas por ele. A qualidade dessa rede de sistemas tem efeito direto sobre nosso comportamento, nossas emoções e a qualidade de nossos movimentos.

É fácil compreender como o sistema sensorial básico nos ajuda; nosso sentidos da visão, tato, audição, paladar e olfato nos protegem em nosso ambiente. Eles permitem que aprendamos sobre os estímulos positivos e perigosos. Entretanto, duas partes do sistema sensorial não são fáceis de compreender: o sistema vestibular ( nosso sentido de movimento - equilíbrio, coordena nossos olhos, cabeça e movimentos do corpo em relação à gravidade e ao espaço)) e o sistema proprioceptivo ( nosso sentido de posicionamento do corpo - nos diz para onde e como nosso corpo está orientado no espaço).

Mas, para que possamos interpretar corretamente o ambiente ao nosso redor e formar respostas apropriadas a ele, todos os nossos sistemas sensoriais precisam estar funcionando corretamente e em conjunto.

A capacidade para utilizar os sentidos dessa maneira ( Para absorver informações, classificá-las e então responder a elas) é o que chamamos de integração sensorial.

E se os sistemas sensoriais não estiverem funcionando de maneira integrada? Preocupações quanto à Integração Sensorial.

É nítido quanto o nosso sistema sensorial é essencial para a nossa capacidade de nos movermos, sentir e processar informações. Com a Integração Sensorial (IS), todas as partes do nosso sistema nervoso trabalham em conjunto para que possamos passar por experiências e interagir de maneira eficiente com o ambiente que vivemos. O que não fica claro são as mudanças sutis de comportamento e de habilidades que podem ocorrer quando uma parte do sistema não esta funcionando corretamente.

Uma disfunção do sistema sensorial pode se manifestar sob diversas formas: pode se apresentar como um distúrbio motor, de aprendizagem, social/emocional, de fala/linguagem ou de atenção. É claro que, quanto maior a disfunção, mais óbvios serão os problemas subsequentes.

Um bebê com distúrbio de integração sensorial pode não conseguir rolar ou ficar na posição sentado e sair dela. Esse bebê pode ser incapaz de levantar peso ou de transferir peso para ir em direção a um objeto ou agarrá-lo quando estiver levemente fora do alcance. Crianças com distúrbios de integração sensorial podem ser desorganizadas e incapazes de realizar prontamente uma nova tarefa. Também podem ter dificuldade no futuro em se relacionar e aprender na escola. Uma criança assim pode ser aquela que corre para baixo da carteira durante a aula de música, ficando longe das outras crianças. Talvez seja a "desajeitada" da aula de dança. Na aula de artes, ela pode não querer tocar nas tintas "nojentas e repugnantes". Ou pode se relacionar bem e ir bem na escola, mas é necessário muito esforço para que ela permaneça concentrada e no controle de uma dada situação.
Esse esforço intenso pode resultar em uma desestruturação emocional com pouca ou nehuma provocação. Uma criança assim pode resistir às mudanças em sua rotina ou não participar de novas atividades sem o apoio de um professor (ou pai) por perto. Embora as crianças sejam geralmente adaptáveis, uma criança com distúrbio de integração sensorial pode não conseguir se adaptar a situações estressantes.

Nas situações sociais, as crianças com distúrbios de integração sensorial podem esquivar-se e não participar. Essas crianças podem, entretanto, parecer hiperativas por estarem constantemente se mexendo e esbarrando nas coisas.
Geralmente parece que essas crianças têm problemas de comportamento - e os distúrbios de integração sensorial podem levar a questões de comportamento - , mas os pais e os educadores precisam compreender que as causas da teimosia, da passividade ou da irritabilidade de uma criança criança podem ser psicológicas e/ou neurológicas.
Infelizmente, crianças com distúrbios de IS podem ser diagnosticadas erroneamente e rotuladas.

Sinais de alerta de Distúrbios Vestibulares:

- Evita tentar novas posições (especialmente as que envolvem a cabeça), por exemplo: rolar, dar cambalhota, virar de cabeça para baixo.
- Cansa-se facilmente ( o que pode parecer que ela seja preguiçosa);
- Evita brincar com as duas mãos;
- Tem poucas respostas protetoras;
- É lenta ou preguiçosa em resposta às exigências de movimento;
- Evita ou teme movimentos (como balanços ou escorregadores);
- É muito desajeitada quando a base de apoio é variada (exemplo: um caminho irregular);
- Perde o equilíbrio com facilidade;
- Trava as articulações para estabilizar os movimentos;
- Cai com frequência;
- Cai no chão ou esbarra nos móveis;
- Segura na parede ou nos móveis para ter maior equilíbrio;
- Não gosta de ficar de ponta-cabeça;
- Esbarra em objetos;
- Chacoalha ou balança o corpo;
- Vira o corpo todo, e não só a cabeça, para olhar para as pessoas;
- Fica desorientada depois de se inclinar para a frente;
- Mantêm a cabeça ereta mesmo quando inclinada para trás;
- Busca estímulos sensoriais (gira e pula bastante, nunca fica tonta, ainda que, diversas vezes, vá no mesmo brinquedo no parque de diversões).

Sinais de alerta de distúrbios proprioceptivos:
- Não engatinha em quatro apoios;
- Tem uma pegada fraca;
- Tem dificuldade em manipular objetos pequenos;
- Tem a musculatura tensa;
- Pode andar na ponta dos pés;
- Trava as articulações para estabilizar os movimentos;
- Tem movimentos rígidos, espasmódicos ou descontrolados (vai além do posicionamento e do alcance);
-É desajeitada;
- Cai muito;
- Não tem consciência da posição do corpo no espaço;
- Tem pouca resistência;
-Come com maus modos;
- Não consegue levantar objetos pesados;
- É resistente a novas atividades ou jogos de movimento.

Sinais de alerta da defensividade tátil:
- Fica excessivamente irritada na hora de se vestir;
- Evita atividades em que possa se molhar ou se sujar, como pintura a dedo;
-Tem aversão a pisar na areia, na terra, grama ou até no tapete;
- É muito exigente na escolha de roupas (texturas);
- Tira as roupas ou, inversamente, usa calça e blusa de maga comprida (para proteger o corpo do toque);
- Abaixa as mangas constantemente ( às vezes também dobre as mangas);
- Come com maus modos, não percebe a comida no rosto;
- Cospe alimentos;
- Tem dificuldade para comer, especialmente alimentos mais consistentes;
- Não quer ficar descalço ou insiste em ficar descalço;
- Não gosta de pentear o cabelo, escovar os dentes ou tomar banho;
- Precisa de muito espaço para si;
- Fica com medo ou é agressiva quando alguém se aproxima (especialmente se isto ocorrer de maneira inesperada);
- Teme ser tocada ou pega no colo; inversamente, não parece perceber quando é tocada;
- Pode precisar tocar tudo ou todos;
- esconde-se embaixo dos móveis ou em um canto;
- Bate nas pessoas que chegam muito perto.

Se você suspeita que o seu filho sofre de um disturbio de integração sensorial, algumas avaliações podem ser feitas e subsequentemente, terapia introduzidas - por um terapeuta ocupacional trabalhe com a terapia da integração sensorial.

Bibliografia- Maiores informações: Liddle, T.L com Yorke, L. - Coordenação Motora - M.Books, São Paulo, 2007.

Comendo sozinho


Para uma criança ser capaz de comer sozinha, ela precisa ter alcançado diversas etapas no seu desenvolvimento.

Primeiro, deve ter controle postural suficiente para sentar-se sem apoio.

Precisa ter estabilidade e mobilidade de ombros, assim como, controle gradual de musculatura de membros superiores para segurar o talher e direcioná-lo à boca.

Se necessário, comece dando apoio de sua mão sobre a mão da criança para que ela realize aprendendo os movimentos necessários para futuramente aprimorá-los.

Você pode ajudá-la, inicialmente, oferecendo:

- Colher rasa e com desvio, para ajudá-lo a retirar a comida do prato e consequentemente levá-la até a boca;( uma colher mais funda, torna mais facil para a criança mais velha e mais experiente, para manter a comida na colher enquanto tenta levá-la à boca)

- Pratos infantis antiderrapante ajudam a estabilizar o prato para o bebê que está começando a comer sozinho;

... A hora do garfo... quando a criança já apresenta habilidade suficiente, com controle e acertos consideráveis ao levar a comida até a boca. Aqueles com cabo mais largo auxiliam as mãozinhas a segurar com mais facilidade.

A seguir, a faca pode ser introduzida, a fim de utilizar pratos mais rasos. Auxilia para que, a comida não caia do prato e a criança possa cortar os seus alimentos.

Baseado na obra de Liddle, T.L com Yorke, L. Coordenação Motora, Editora M.Books, São Paulo, 2007.

Porque é que a Terapia Ocupacional é importante para as crianças com autismo?

Neste artigo a terapeuta ocupacional Corinna Laurie, que exerce funções em contexto escolar e é diretora da “ Evolve Children’s Therapy...